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sábado, março 03, 2012

Criação e Loucura

O que diferencia o século XIX do XXI?
A disposição dos números romanos! (brincadeira)
Você poderia até responder: "Ah tanta coisa!"
Eu não contrairia essa resposta, porém, referente ao avanço da medicina em questões da mente humana, afirmaria que não poderíamos apontar grandes mudanças.
Os estudiosos tentam aprofundar-se mas não conseguem sair do lugar comum.
Essa introdução, embora muito superficial, tem um motivo.
Estou lendo o livro "Camille Claudel Criação e Loucura" de Liliana Liviano Wahba - psicóloga, analista junguiana com mestrado na PUC- SP e atende em consultório particular.
Trata-se da visão dessa psicóloga sobre a vida da escultora discípula e amante de Rodin que passou trinta anos internada em um asilo como louca.
Louca por pensar diferente. Louca por ter um comportamento diferente para época. Louca por que digamos era um pouco excêntica. Louca por ter mania de perseguições. Louca por que a crítica não aceitava sua genialidade.
Tem uma frase que li mais ou menos assim: "Louco não é em absoluto aquele que perdeu a razão é aquele que perdeu tudo menos sua razão".
O caso de Camille Claudel foi diagnosticado como psicose paranóide que é caracterizada por delírio e pensamentos delirantes ao invés de seguir a realidade comum.
Até os anos sessenta essa paranóia não tinha cura e a coitada foi obrigada a viver em reclusão, sendo que algumas cartas que são citadas no livro ela demonstra perfeita ordem nos pensamentos.
Escrevi coitada acima, pois ela não era agressiva, até por que Jung já em 1919 já argumentava que o estado de alguem como ela não seria caso de internação.
Por quê então deixaram em reclusão uma pessoa durante 30 anos?
Vergonha, a família tinha vergonha e preferia se livrar do doente que, justamente, com o apoio dessa poderia desenvolver um quadro aceitável no convívio social.
É muito triste ler o quanto somos preconceituosos, o quanto somos acomodados e o quanto acreditamos ser normais.
Essa é a minha síntese do livro. Não sei se o assunto agrada a você, mas é sempre bom conhecermos um pouco mais sobre tudo que nos cerca.

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